Diz a ciência dos homens:
Sentimento é subjetivo
Inponderável
Imensurável
Incompreensível.
Responde meu coração:
Sentimento é objeto
Sinestésico
Ativo
Concreto.
Solidão cheira a incenso
Saudade tem gosto de uva
Alegria rima com chuva
Amor é verde e azul.
E é no amargo de um sentimento
Que minha língua estala no cálice
E saboreia o líquido frágil
Da palavra com jeito de sul.
Com aroma de dama-da-noite
E um tom cinzento de fada
Só quando em francês cantada
Melancolia se torna comum.
Ah! Baudelaire!
Que ce soit dans la nuit et dans la solitude,
Que ce soit dans la rue et dans la multitude,
Son fantôme dans l'air danse comme un flambeau.
Minhas palavras são a metade de um diálogo obscuro, continuando através dos séculos impossíveis. °°Cecília Meireles°°
"Se alguém te perguntar o que quiseste dizer com um poema, pergunta-lhe o que Deus quis dizer com este mundo... "
[Mario Quintana]
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
terça-feira, 15 de setembro de 2009
RIMANCE
Bateu uma vontade de poetizar
Porque a vida é muito triste
Se a gente não sonhar...
Porque a vida é muito triste
Se a gente não sonhar...
Desses bem loucos, de grávida
Vontade de falar rimando
Dar à luz um tango
Parir uma ária.
Dessa vida rés-de-chão
De abafar a agonia.
Quero mais é estar errada
E gritar de madrugada
Um poema porcaria!
Amor e dor
Lua e rua
Minha e tua.
Porque eu quero esplendor
Porque eu amo o perdedor
Porque eu quero ficar nua!!!
Então tiro minha máscara
Dispo minha alma toda
E dou um berro de louca
De felicidade pura!
terça-feira, 1 de setembro de 2009
ALI NA ESQUINA
Olha, olha ali!
Viu, você viu?
Bem ali naquela esquina,
Um sonho passou.
Passou, passou por mim
Passou por nós
Pelo Universo, que parou a assistir.
E foi um sonho tão belo, tão nítido, tão real...
Passou bem ali, e se esvanesceu...
Você viu?
Sua sombra ainda está no chão
Seu cheiro perfuma o ar
A luz desenha formas difusas onde ele esteve.
Bem ali, foi bem ali...
Ali onde a esperança encontra a loucura
Na esquina do meu coração.
Niterói, 14 de agosto de 2009
Viu, você viu?
Bem ali naquela esquina,
Um sonho passou.
Passou, passou por mim
Passou por nós
Pelo Universo, que parou a assistir.
E foi um sonho tão belo, tão nítido, tão real...
Passou bem ali, e se esvanesceu...
Você viu?
Sua sombra ainda está no chão
Seu cheiro perfuma o ar
A luz desenha formas difusas onde ele esteve.
Bem ali, foi bem ali...
Ali onde a esperança encontra a loucura
Na esquina do meu coração.
Niterói, 14 de agosto de 2009
A ESTUPIDEZ HUMANA
Tem um diamante escondido debaixo daquela pedra.
Eu sei que tem.
Ninguém me contou, ninguém me mostrou
Eu não vi o diamante
Mas o diamante está lá.
Eu sei que está.
Mas eu sou fraca, e a pedra é grande.
Eu sou jovem, e a pedra não.
A pedra tem mais experiência que eu
E se ri das minhas tentativas vãs de levantá-la.
Não sei por que eu quero o diamante.
Eu nem gosto de diamantes.
Mas desde que eu descobri que havia
Um diamante debaixo da pedra,
Todo o resto perdeu o brilho.
Um dia eu levanto a pedra.
Um dia eu pego o diamante.
E aí então, poderei balançá-lo sob o sol
E me rir de todo o tempo que perdi
Tentando pegar tão minúsculo cristal…
Niterói, 01 de novembro de 2008
Eu sei que tem.
Eu não vi o diamante
Mas o diamante está lá.
Eu sei que está.
Eu sou jovem, e a pedra não.
A pedra tem mais experiência que eu
E se ri das minhas tentativas vãs de levantá-la.
Eu nem gosto de diamantes.
Mas desde que eu descobri que havia
Um diamante debaixo da pedra,
Todo o resto perdeu o brilho.
Um dia eu pego o diamante.
E me rir de todo o tempo que perdi
Tentando pegar tão minúsculo cristal…
domingo, 30 de agosto de 2009
MERCÚRIO
Convivem dentro de mim
O sublime e o mesquinho
O amor e a dúvida
A fé e o desespero
A dor espontânea
O sorriso encomendado.
Sou muitas dentro de uma só
Repartida mas não dispersa
Feito gota de mercúrio em superfície plana...
Contida por essa falta de fronteiras
Sufocando no meio de tanto espaço livre
Esparramada no vazio de sentido e sentimentos.
Minha natureza é líquida, incerta
Deseja fluir, unificar-se, expandir-se no calor das idéias e ideais.
Minha natureza é terrosa, profunda, úmida,
Deseja contemplar, entregar-se, inspirar o odor sumarento das matas fechadas.
Sou um pedaço de passado
Longínquo
Aprisionado numa redoma de cristal.
Frágil cristal: um sopro e acabou-se.
Mas então, o que será feito do passado,
Sem a proteção de sua redoma?
Terá que existir, tornar-se real
E a realidade não mais lhe pertence.
Foi-se
Repartida
Dispersa
Feito mercúrio em superfície plana...
Niterói, 23 de novembro de 2008
O sublime e o mesquinho
O amor e a dúvida
A fé e o desespero
A dor espontânea
O sorriso encomendado.
Sou muitas dentro de uma só
Repartida mas não dispersa
Feito gota de mercúrio em superfície plana...
Contida por essa falta de fronteiras
Sufocando no meio de tanto espaço livre
Esparramada no vazio de sentido e sentimentos.
Minha natureza é líquida, incerta
Deseja fluir, unificar-se, expandir-se no calor das idéias e ideais.
Minha natureza é terrosa, profunda, úmida,
Deseja contemplar, entregar-se, inspirar o odor sumarento das matas fechadas.
Sou um pedaço de passado
Longínquo
Aprisionado numa redoma de cristal.
Frágil cristal: um sopro e acabou-se.
Mas então, o que será feito do passado,
Sem a proteção de sua redoma?
Terá que existir, tornar-se real
E a realidade não mais lhe pertence.
Foi-se
Repartida
Dispersa
Feito mercúrio em superfície plana...
Niterói, 23 de novembro de 2008
PROCURA-SE
Em algum ponto do caminho,
Eu me perdi de mim.
Caí em alguma curva,
E resolvi ficar por lá.
Tenho uma vaga lembrança de mim mesma,
E desconfio onde me perdi.
No entanto, por mais que procure,
Por mais que vasculhe a memória,
Por mais que repasse o caminho percorrido,
Não consigo me encontrar.
Ficou um vazio no lugar em que eu costumava estar.
Ficou um vazio que ninguém mais preenche,
Porque só eu encaixo lá.
Se algum dia você topar por aí
Com uma menina jovem e tola,
Cheia de amor e de bobagens pequenas,
Com alguns cachos de nuvens saindo da cabeça,
Caída num canto do caminho,
Por favor, me avise.
Peço que me devolva, se me encontrar.
Niterói, 22 de junho de 2008
Eu me perdi de mim.
Caí em alguma curva,
E resolvi ficar por lá.
Tenho uma vaga lembrança de mim mesma,
E desconfio onde me perdi.
No entanto, por mais que procure,
Por mais que vasculhe a memória,
Por mais que repasse o caminho percorrido,
Não consigo me encontrar.
Ficou um vazio no lugar em que eu costumava estar.
Ficou um vazio que ninguém mais preenche,
Porque só eu encaixo lá.
Se algum dia você topar por aí
Com uma menina jovem e tola,
Cheia de amor e de bobagens pequenas,
Com alguns cachos de nuvens saindo da cabeça,
Caída num canto do caminho,
Por favor, me avise.
Peço que me devolva, se me encontrar.
Niterói, 22 de junho de 2008
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