(De um sono profundo
De mais de mil anos
No meio dos espinheiros
Na mais alta torre do mais remoto castelo
Desperta um coração)
Sonolento e confuso
Espreguiça-se, testa os músculos
E recomeça a bater.
Ah, coração enfeitiçado!
Pequeno coração de cristal.
Tão frágil, tão cansado
Tão antigo no sofrer.
Um raio de luz o acordou do sono
Que de outra forma seria eterno.
Pequeno coração, eu temo
Porque eu escuto o vento
Porque eu farejo o inverno.
Não trema, coração solitário
Não deixe seu cristal se romper.
Quem sabe essa luz não se vá
Quem sabe agora, o sol brilhará
Para o inverno aquecer.
(Esperança, pequena fada irônica,
Por favor não me magoe.
Não me engane, Esperança
Preciso me proteger.
Porque na mais alta torre, do mais remoto castelo,
Um coração começou a bater).
Niterói, 10 de julho de 2010
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